No dia 9 de Junho de 1993 o Phoenix Suns recebe o Chicago Bulls na America West Arena, com grande expectativa da torcida, que apesar de tudo, estava ciente da dificuldade de bater aquele que já era considerado um dos melhores elencos da história da liga. Para chegar à final, o time de Chicago bateu com autoridade o New York Knickerbockers de Patrick Ewing e John Starks por 4 a 2.
Foi um jogo disputado ponto-a-ponto, que terminou com a vitória dos visitantes por 100 a 92. Como sempre, nos momentos decisivos destacaram-se Michael Jordan e Scottie Pippen. Não falo dos 31 e 27 pontos marcados por cada um (respectivamente), e sim dos momentos difíceis do Bulls no jogo (que não foram poucos) em que a defesa do Suns começava a se destacar e a movimentação ofensiva dos visitantes não funcionava. Jordan e Pippen SEMPRE conseguiram improvisar com sucesso em tais situações.
O segundo confronto da série foi o que podemos chamar de “Primeiro grande jogo” entre as duas equipes. Com os craques se destacando e liderando a partida. Sir Charles Barkley e Michael Jordan terminaram com 42 pontos cada. O fato é que o desempenho de ambos os times foi praticamente idêntico: mesmo aproveitamento nos arremessos de quadra, número aproximado de turnovers e até o mesmo número de rebotes.
Além dos 42 pontos e 13 rebotes de Charles Barkley, o Suns contou com o apoio do inspirado Danny Ainge vindo do banco de reservas (20 pontos). Nos segundos finais do jogo, o Bulls vencia por 111 a 108, e o Phoenix Suns tinha a posse da bola para trabalhar um arremesso de 3 pontos e eventualmente empatar o jogo. A jogada foi trabalhada exatamente para as mãos de Danny Ainge, que apesar da boa partida, não conseguiu completar o movimento de arremesso a tempo e foi bloqueado por Scottie Pippen. Lance histórico que, aliás, é pouco lembrado quando se fala da série. Bulls 2 a 0.
O jogo 3 fez história. Foi a segunda vez na história da liga em que um jogo válido pela Série Final teve três prorrogações. E, por coincidência ou não, o técnico do Phoenix Suns, Paul Westphal, esteve presente em ambas. A primeira ocasião em que tivemos uma partida de final com três prorrogações ocorreu no ano de 1976, na final épica entre Phoenix Suns e Boston Celtics (que aliás, foi muito bem descrita pelo Evandro aqui no blog).
Pelo menos nessa partida, o desfecho foi favorável a Westphal. O Suns desbanca o Bulls num jogo cansativo e com ares de interminável no United Center em Chicago. 129 a 121.
A equipe do Arizona, porém, voltaria a sucumbir diante do imparável Michael Jordan e seus 55 pontos no jogo 4. Bulls 3 a 1, e a chance de fechar a série e conquistar o título dentro de casa pela segunda temporada consecutiva.
Antes da partida número cinco, que poderia ser a última da série, Charles Barkley deu declarações (como sempre polêmicas), alegando que a imprensa já dava o título para os donos da casa, e isso só dava mais motivação para os jogadores do Suns. Sir não disse nada além da verdade. Em 4 jogos diante do Bulls, o status do Suns para a imprensa passara de “ótimo time com chances de título” para “eles não podem com Michael Jordan dentro do United Center”.
As declarações de Barkley motivaram e muito a equipe. O esforço foi tremendo. Westphal não poupou ninguém, até porque não tinha motivos para isso se saísse derrotado do jogo. O reserva do Suns com mais tempo em quadra foi Danny Ainge, com 20 minutos. Repito, não havia porque poupar qualquer titular. Apesar de um (como sempre) inspirado Michael Jordan com 41 pontos, o Suns vence por 108 a 98 e leva o jogo 6 para a America West Arena, na esperança de mais uma vitória e um provável jogo 7.
Falar sobre esse jogo 6 não é legal. Sim, por um instante deixo de lado a imparcialidade (se é que ela existiu nesse artigo), para expressar o quão triste é o jogo 6. O Bulls começa arrasador. Arrasador, mesmo. Não foi o Suns que começou sonolento. O time de Chicago exercia uma defesa com “sangue nos olhos” que impedia o desenvolvimento de qualquer jogada ofensiva. Eles realmente mostraram a que vieram. A diferença aumentava a cada momento do primeiro período, chegando até aos 15 pontos. Porém, aos poucos o Suns se ajeitava taticamente, e em certos momentos anulava o ataque adversário. Enfim, o fato é que o Suns se estabeleceu dentro do jogo, assumindo a liderança do placar com 2 minutos para o final: 98-94. Nesse momento, os donos da casa não conseguem mais anotar ponto algum. Com 38 segundos para o fim, Michael Jordan anota os últimos dois dos seus 33 pontos no jogo, e diminui a diferença para apenas dois pontos.
A única coisa que posso dizer é: este momento não sai da memória da maioria dos torcedores do Phoenix Suns (na seção de 'memórias ruins', obviamente). Pippen infiltrando, recebendo uma dobra de marcação, passando para Horace Grant, que passa para o LIVRE, L-I-V-R-E, John Pasxon converter um arremesso de três pontos e dar a vitória (e o título) para o Chicago Bulls. Enfim, não sou o mago da descrição, e jamais passarei a emoção desse lance descrevendo-a. Então, segue o vídeo dos dois minutos finais da partida:
Michael Jordan (e seus 41 pontos por jogo) foi eleito o MVP das Finais, como já era de se esperar.
Seis dias depois do último jogo da final, 300 mil pessoas enfrentaram o calor de Phoenix no verão para agradecer à melhor equipe que a franquia já teve. Sim, trezentas mil pessoas foram às ruas para uma 'parada' dos jogadores, após uma derrota.
Barkley falando para 300 mil pessoas em frente ao America West Arena |
Danny Ainge |
Seis dias depois do último jogo da final, 300 mil pessoas enfrentaram o calor de Phoenix no verão para agradecer à melhor equipe que a franquia já teve. Sim, trezentas mil pessoas foram às ruas para uma 'parada' dos jogadores, após uma derrota.
Que fim levou?
Nas diversas pesquisas realizadas na internet, encontrei um artigo sobre a temporada no blog SB Nation - Arizona, que destacava 'onde foram parar' alguns dos integrantes da memorável equipe. Então, lá vai, no maior "Estilo Milton Neves".
- Dan Majerle - Assistente Técnico do Phoenix Suns (contratado por Mike D'Antoni, permaneceu com Terry Porter e Alvin Gentry). Tem a camisa 9 aposentada na franquia.
- Charles Barkley - Comentarista da emissora de TV Americana "TNT"
- Charles Barkley - Comentarista da emissora de TV Americana "TNT"
- Tom Chambers - Colaborador da emissora de TV "My45", que transmite os jogos do Phoenix Suns (que, aliás, não transmitirá mais o Suns a partir da temporada 2012);
- Danny Ainge - Técnico do Suns entre 1996 e 2000. Atual General Manager do Boston Celtics.
- Frank Johnson - Técnico do Suns entre 2001 e 2004
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4 Spurs Haters já comentaram este post:
Esse jogo foi uma tristeza só. Cada vez que eu ouço o nome do Paxson eu morro de raiva. Aliás, é bom lembrar também o toco patético que o KJ tomou por trás do Grant.
Poderíamos ter vencido essa.
Na parte do "Que fim levou" faltou colocar o KJ que é o atual prefeito de Sacramento.
O Phoenix teve a chance de ser campeão em dois ataques e acabou naum fazendo nenhum ponto de 94 a 98. affff da vontade de chorar
Sim. Quando o Barkley pega o rebote ofensivo e pede tempo parece que o Suns vai ganhar o jogo. Ataque extremamente mal trabalhado. Uma pena.
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