Todo "Suns Fan" deve ter isso pendurado na parede do quarto |
Pois bem, queridos leitores. Depois de um longo tempo (LONGO tempo), lançamos no SunsBR uma coluna que complemente a não tão grande história do Phoenix Suns. Evandro já escreveu sobre a chamada "primeira grande temporada" da franquia do Arizona (Leia o artigo Temporada de 1976), e isso foi num momento em que o blog tinha mais ou menos 2 leitores diários, por isso o trabalho do meu chefe é melhor. Que seja, saibam que o artigo sobre 1993 (o 'segundo grande momento') esteve salvo em meu computador durante 2 longos anos desde que comecei a escrevê-lo, sem oportunidade de lançá-lo. Pois bem, não foi um trabalho fácil, mesmo tendo acesso aos 32 jogos completos (sem ironia) dessa temporada que tenho no HD, e podendo assisti-los a qualquer momento. Pode não ser o melhor dos artigos sobre o assunto (mesmo sendo o único em português, até então, que leve a temporada tão a fundo), mas é a sensação de dever cumprido.
O artigo todo foi dividido em 5 partes para possibilitar uma melhor organização, e cada "ato" será lançado periodicamente, necessariamente aos domingos. Segue a primeira parte, e espero que gostem.
No dia 17 de Julho do ano de 1992, Brian Colangelo - GM da franquia na época - fechou um grande acordo com a gerência do Philadelphia 76ers. Acordo este, que voltaremos a falar um pouco à frente, após uma rápida revisão sobre as temporadas anteriores.
Sob o comando de Cotton Fitzsimmons, nas temporadas de 1989 e 1990, a franquia do Arizona perderia a final da Conferência Oeste contra Blazers e Lakers, respectivamente. Em 1991 o time avançou menos, caindo diante do Utah Jazz no primerio round. E na temporada 91-92 voltaria a ser derrotado pelo Portland Trail Blazers. Você, leitor, sabe qual a semelhança entre todas as elminações nos Playoffs citadas acima? Experiência. Fitzsimmons sempre alegou que precisava de um toque de experiência num time que rendia muito, e possuía um esquema de jogo bem próprio, mas sempre com o risco de desequilibrar-se durante um jogo decisivo. Fitz não estava errado.
Após a temporada de 1992, o General Manager do Phoenix Suns, Brian Colangelo, resolveu se mexer. A imprensa local criticou duramente a gerência da franquia por manter uma base jovem por quase 5 anos à espera de bons resultados. Os resultados, pelo contrário, decaíam ano a ano. Agora voltamos ao dia 17 de Julho de 92....
Os jornais de Phoenix noticiavam aquela que seria, talvez, a maior troca da história de qualquer franquia do Arizona. Não falo do momento, já que não envolvia grandes nomes até então (até então). Mas falo sobre a importância para o Phoenix Suns como franquia, pelo grande lucro que o acordo com o Sixers trouxe. Jeff Hornacek, Andrew Lang e Tim Perry foram para a Philadelphia em troca de Sir Charles Barkley. Lang e Perry não passavam de coadjuvantes nas equipes anteriores, mas a princípio nem se imaginava tirar o ótimo Hornacek de Phoenix. Este é o ponto crucial para o toque de experiência que o elenco precisava. A partir daí, também foram contratados os experientes Danny Ainge (ex-Blazers) e Frank Johnson (que apesar de não ter atuado muito nos Playoffs, teve lá sua importância na temporada regular). Também chegaram dois novatos: Oliver Miller, escolhido através da pick do 76ers inclusa na troca de Barkley e o garoto-problema-raçudo-carregador de piano Richard Dumas, que apesar de draftado no ano de 1991, ficou um ano suspenso por uso de substâncias ilegais (diretamente: drogas) e só pode jogar em 1992.
Oh, Ceballos! |
Alguns devem estar se perguntando sobre aquele que sempre sugeriu contratações para dar experiência a um time promissor e tudo mais. Pois é. Não se sabe exatamente o porquê da demissão de Fitzsimmons, já que ele vinha de boas campanhas e esperava-se que um time reforçado comandado por ele poderia trazer bons frutos. E não houve nenhum desentendimento, até onde se sabe, já que Fitz voltaria a dirigir o time em 1995. O fato é que o escolhido para assumir o cargo foi Paul Westphal. Sim, o mesmo da Temporada de 1976, também integrante da dinastia do Celtics dos anos 60-70. Se antes tínhamos uma equipe jovem comandada por um dos mais experientes técnicos, passaríamos a ter uma equipe experiente comandada por um treinador novato; a antítese voltava a existir, e com ela a pressão da imprensa. Chego a pensar que nem mesmo Colangelo sabia se era a escolha correta.
Westphal se mostrou um grande técnico, e realmente ensinou aquele time a vencer. Ensinou a vencer pela vontade, e não só a partir de jogadas técnicas bem trabalhadas (principais críticas contra Fitzsimmons, sempe chamado de “técnico de colegial”, exatamente com essas palavras). Paul ensinou o time a usar o físico, (mesmo não sendo avantajado no caso do KJ), ensinou o time a não se entregar.
Vários foram os jogos vencidos por uma diferença mínima, com pouca produção ofensiva. A vitória, sempre vinda das mãos de Barkley, assistida por Kevin Johnson, com 3 pontos de Dan Majerle e assegurada por todos. A entrega dos jogadores era impressionante.
É bem verdade que não basta apenas vontade para defender bem, e a defesa no perímetro não era a dos sonhos. No garrafão ninguém entrava. West e Barkley sempre criticados pelo jogo físico, às vezes excessivo, mas elogiados por terminarem partidas com 2, 3 faltas, mesmo com tanta intensidade (isso não vale para os Playoffs!). O banco tinha Tom Chambers, já numa idade avançada, mas rendendo bem e substituindo bem tanto Barkley na posição de ala-pivô, quanto Dumas na posição de ala, além do experiente Kurt Rambis. E para a reserva de West, o grande Ceballos.
Ao fim da temporada regular, uma equipe que tinha todas as fichas apostadas na troca de um baixinho-gordinho, se transformava em uma favorita ao título. A campanha é uma das melhores da história da liga: 62 vitórias e 20 derrotas, e quem diria, o baixinho Charles Barkley seria nomeado o MVP. Barkley, apesar da estatura, era um gigante em quadra: médias de 12 rebotes e 25 pontos por jogo, sem contar a grande entrega. Aviso aos navegantes: ele foi MVP de uma temporada que tinha Jordan no auge, com dois anéis conquistados, Hakeem Olajuwon, David Robinson e um Shawn Kemp ascendente. Não é pouco.
Equipe de melhor campanha, com aquele que seria nomeado o MVP da temporada, um time ‘casca dura’, com cara de Playoffs. O adversário do primeiro round era o Los Angeles Lakers, sem Magic Johnson e muito decadente, mas com a tradição dos Lakers...
Os Playoffs, porém, serão contados nos outros artigos desta série. Aguardem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 Spurs Haters já comentaram este post:
Parabens pela materia, que continue assim, sempre importante mostrar a historia de clube.
Go Suns!
Belo texto!
Parabéns!
Postar um comentário
Deixe sua opinião!